quarta-feira, 27 de abril de 2011

Aula Inaugural de 23 de Fevereiro de 2011

Na nossa primeira postagem oficial do blog faremos um relato sobre a palestra da professora Aline Lemos da Cunha, que fez a abertura da aula inaugural realizada na noite do dia 23 de fevereiro no Salão Nobre da Prefeitura do município de Esteio.
(Esta postagem é um resumo esquematizado, o texto completo pode ser lido AQUI). Os slides da palestra podem ser conferidos AQUI.

Começou-a propondo a seguinte provocação introduzindo a 1ª lição básica de um educador:

“Qual a relação de Einstein, Freud e Freire comigo?”


1ª lição básica de um educador:
- Precisamos nos dar conta de que o indivíduo precisa ser instigado a aprender, e que caso isso não aconteça, dificilmente obter-se-á  o interesse manifesto dos estudantes.
-Para isso não basta ter uma boa retórica, ser bem formado, e apresentar os conteúdos aos alunos de forma massificada, como um “resumo do resumo” cuja essência do conteúdo é nebulosa, pouco clara. Deve-se estimular o pensar dos estudantes.
 
Em seguida, a professora apresenta resumidamente Freud, Einstein e Freire, destacando as características em comum de suas vivências para que os educadores refletissem e relacionassem as suas próprias com a dos mesmos, facilitando diversas assimilações.

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  • Na teoria Freudiana, faz alguns destaques sobre as estruturas psíquicas (ID, Ego e Superego) e critica o “paciente neurótico” de Freud, a mulher, observando como isso repercute na sociedade. Com isso, dentre outros apontamentos, Aline aproxima alguns dos principais mecanismos de defesa apresentados por Freud (repressão, sublimação, racionalização e regressão) a algumas vivências possíveis nas turmas de EJA.
Exemplo: A regressão pode surgir na forma de “desejo” em atividades da infância (como trabalhos de colagem). Nesses momentos, o educador precisa problematizar o lugar da escola para o adulto, explicando que ele não precisa “voltar a ser criança” para se enquadrar nela.

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  • Na teoria Freireana destaca, entre outros, que somos seres condicionados e não determinados, ou seja, abertos a mudanças na estruturação. Comenta que a leitura do mundo precede a leitura da palavra, logo, o educador deve valorizar o educando com o que ele já constitui em seu pensar e suas vivências para, a partir disso, conseguir levá-lo ao universo da palavra escrita.
Destaca, ainda segundo Freire, que ensinar não é transferir conhecimento, é preciso criar possibilidades para a produção e construção do mesmo, incitando a curiosidade para mover os seres humanos ao aprendizado.
- Não sendo encarada desta forma, que relação se estabelece na escola se o professor se sente frustrado porque ensina e o outro não aprende e o outro se sente frustrado por não conseguir aprender? Freire também fala que ensinar e aprender são características ontologicamente humanas, e com isso se refere à capacidade humana de reflexão sobre o ensinar e aprender, logo se ensina porque se aprende. Sendo assim, o educador revolucionário, por fim, se percebe ensinante e aprendente.

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  • Deixando a teoria Einsteiniana por último, já adianta que nenhum dos três teóricos acreditou na situação que estava, mas sim que tudo poderia mudar. A palestrante sugeriu um pensar sobre a Educação de Jovens e Adultos pela perspectiva revolucionária, discutindo o que chama “complexo da castração docente”, nos faltando sempre alguma coisa. Alguns optam pelas reclamações eternas e não pela luta pela transformação. Completa dizendo que “há que se pensar em reação” trazendo a frase de Einstein:
“O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade”.

Como uma dica para o próximo encontro, para instigar a curiosidade da platéia de professores, já citado como primeira lição no início da palestra, Aline Lemos da Cunha termina dizendo que “No mínimo três mulheres contribuíram significativamente com as teorias, mas elas não foram reconhecidas”...

Texto de Elaine Luiza F. Montemezzo, Bolsista de Iniciação Científica, e esquematizado por Laura Dick Martini, Bolsista de Extensão, ambas Estudantes de Pedagogia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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